Alphonsus de Guimarães

Biografia | Obra: Pulchra ut Luna

Biografia
Afonso Henriques da Costa Guimarães nasceu em Ouro Preto, em 24 de julho de 1870. Após os primeiros estudos no Liceu Mineiro, ingressa em 1887, no Curso Complementar da Escola de Minas com vistas na engenharia, mas o falecimento de Constança, sua prima e namorada, o lança em profundo abatimento físico e moral. Doente, vem para São Paulo em 1891 e matricula-se na Faculdade de Direito. Durante os dois que passa aqui trava contato com um grupo de poetas partidários do Simbolismo. Transfere-se para a Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais e lá se forma (1894).
Em 1897(já casado) muda-se para Mariana, onde se entrega às atividades de juiz municipal e à elaboração de sua obra poética num isolamento completo de eremita e sonhador. Faleceu naquele povoado mineiro a 15 de julho de 1921, deixando os seguintes livros: Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Câmara Ardente (1899), Dona Mística (1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do amor e da Morte (1923), todos em poesia, e Mendigos (1920), em prosa. Em 1860, publicou-se no Rio de Janeiro sua obra completa, que inclui inéditos e dispersos, em verso e prosa.

Pulchra ut Luna


Alphonsus de Guimarães

Celeste... É assim, divina, que te chamas.
Belo nome tu tens, Dona Celeste...
Que outro terias entre humanas damas,
Tu que emborana terra do céu vieste?

Celeste... E como tu és do céu não amas:
Forma imortal que o espírito reveste
De luz, não temes sol, não temes chamas,
Porque és sol, porque és luar, sendo celeste.

Incoercível como a melancolia,
Andas em tudo: o sol no poente vasto
Pede-te a mágoa do findar do dia.

E a lua, em meio à noite constelada,
Pede-te o luar indefinido e casto
Da tua palidez de hóstia sagrada.

 

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