Antônio Nobre

Biografia | Obra: O Só

Biografia
Antônio Nobre, poeta português (nasceu em Porto, 1867 - morreu em Foz do Douro, 1900). Em 1890, seguiu para Paris, a fim de continuar seus estudos de Direito, concluídos na Sorbonne em 1895. Por esse tempo entrou em contato com a nova poesia francesa (Verlaine, Moréas, Laforgue). De volta à Portugal, ingressou na diplomacia.
Já tuberculoso e submetido a graves provações materiais, o poeta não conseguiu escapar a sucessivas crises de pessimismo e melancolia. Sua obra, de cunho profundamente romântico, está marcada ainda pelo Simbolismo e pelo Realismo. Seu único volume de versos publicado em vida, o Só, apareceu em Paris (1892). É de notar, nessa obra, a relativa independência do poeta à influência do Simbolismo, embora ele se houvesse identificado com essa escola, sobretudo no que diz respeito aos processos retóricos enfáticos. Postumamente, foram publicados mais dois livros. Despedidas (1902) e Primeiros versos (1921).

O Só


Antônio Nobre

Vou sobre o oceano (o luar, de doce, enleva!)
Por este mar de Glória, em plena paz.
Terra da Pátria somem-se na treva,
Águas de Portugal ficam, atrás.

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
António, onde vais tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o Vapor, quando se enleva,
Lembra o meu coração, na ânsia em que jaz.

Ó Lusitânia que te vais à vela!
Adeus! Que eu parto (rezarei por ela)
Na minha Nau Catrineta, adeus!

Paquete, meu Paquete, anda ligeiro,
Sobe depressa à gávea, Marinheiro,
E grita, França! Pelo amor de Deus!

 

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