Antônio Frederico de Castro Alves

Biografia | Obra: As duas flores

Biografia
Antônio Frederico de Castro Alves, poeta baiano (1847-1871). Um dos representantes do romantismo na literatura brasileira. Nasce em Muritiba e passa boa parte da infância no sertão baiano. Muda-se para Salvador em 1852 e, depois, para Pernambuco. Em 1864, ingressa na Faculdade de Direito do Recife e revela-se como orador e poeta. Dedica-se a temas sociais, em especial à abolição da escravidão. Em 1867, transfere-se para a Faculdade de Direito de São Paulo, mas não conclui o curso. Nessa época, trava amizade com José de Alencar e Machado de Assis. Em 1870, já doente, retorna à Bahia e publica Espumas Flutuantes, o único livro que chega a ser publicado em vida. Morre tuberculoso no ano seguinte, aos 24 anos. Os poemas O Navio Negreiro e Vozes da África, suas obras mais conhecidas, são publicados em 1880, numa edição em separado. Em função delas, principalmente, e de seu estilo hiperbólico, é considerado representante do condoreirismo, corrente poética que se origina na poesia épica do escritor francês Victor Hugo.

As duas flores


Castro Alves

São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez no mesmo arrebol
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
De tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas ... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

 

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