Raimundo Correia

Biografia | Obra: As pombas

Biografia
Raimundo Correia (1860-1911) é um dos poetas que, juntamente com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, forma a chamada “tríade parnasiana”. Maranhense, estudou Direito em São Paulo e foi magistrado em vários Estados brasileiros.
Sua poesia, dentro do movimento parnasiano, representa um momento de descontração e de investigação. Nela se verificam pelo menos três fases:
a fase romântica: com influências de Casimiro de Abreu e Fagundes Varela, representada por Primeiros sonhos (1879);
a fase parnasiana propriamente dita: representada pelas obras Sinfonias (1883) e Versos e versões (1887) e marcada pelo pessimismo de Schopenhauer - pensador alemão que defendia a idéia de que todas as dores e males do mundo provêm da vontade de viver - e por reflexões de ordem moral e social;
a fase pré-simbolista: nela, o pessimismo diante da condição humana busca refúgio na metafísica e na religião, enquanto a linguagem apresenta uma pesquisa em musicalidade e sinestesia.

As pombas


Raimundo Correia

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E á tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

 

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